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- Création : 25 mars 2015
- Mis à jour : 12 février 2022
- Publication : 25 mars 2015
- Affichages : 5174
LISBONNE
Jean-Claude SEGUIN
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Le kinetoscope de George Georgiades
C'est le Turc naturalisé américain, George Georgiades qui va s'occuper de l'installation d'un kinetoscope dans la Tabacaria Neves (Praça de D. Pedro, 42-43):
Kinetoscope-É esta a última e maravilhosa descoberta do grande Edison.
O sr. George A. Georgiales [sic] dá hoje uma sessão particular com esse aparelho na Tabacaia Neves.
A sessão começa ao meio dia e acaba às 11 horas da noite.
Agradecemos o convite que nos foi enviado.
Diário ilustrado, 6 de março de 1895.
Il s'agit d'une démonstration qui est réservée à la presse. Par ailleurs, l'allusion à Edison est trompeuse, car George Georgiades propose en réalité une imitation du kinetoscope du geníe de Menlo Park.
O Kinetoscope, que está em exposição na trabacaria Neves, ao Rocio, é o último invento de Edison. É uma pintura com vida. Faremos ao de leve a sua descrição: pelo lado exterior é apenas um pequeno caixote, com uma abertura por onde se espreita. Interiormente tem um certo número de cilindros, movidos pela electricidade e por onde fotografias instantâneas, tendo colhido todos
OS MOVIMENTOS DUMA DANÇARINA
por exemplo, passam rapidamente dando a ilusão da vida.
Positivamente a criaturinha que ontem vimos lá dentro do caixote a bailar, a cumprimentar, a levantar a perna a altura do nariz- não é uma fotografia, vou jurá-lo, é uma bailarina reduzida e para ali encaixotada.
Que antes de mais nada vá lá a polícia ver a feitçaria: depois, que o público, aos gritos de anciedade, encha a tabacaria.
Aléria.
O Correio da manhã.Lisboa, 7 março 1895.
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Tabacaria Neves, 42, Praça de D. Pedro, 44 © Videira, 1900: 52 |
Kinetoscope, Affichette |
C'est une description assez juste que donne le journaliste qui signe sous le pseudonyme d'Aléria. On ignore jusqu'à quelle date, le kinetoscope continue d'être installé dans la Tabacaria Neves.
Répertoire (autres vues) : A contorsionista Madame Barthold e o célebre atleta Eugen Sandow; Dançarinas excêntricas: "uma criaturinha a bailar, a cumprimentar, a levatar a perna à altura do nariz. (O carrieo da Manhã, 7 Março 1895),. "uma dançarinha executa os seus passes de dança, ao mesmo tempo que dois indivíduos passeiam e conversan ao fundo.(O Popular, 8 Março 1895), "Recorde-se que, pelo menos Mae Lucas, bailarina da revista musical "A Gaiety Girl" e Ruth Dewis, da "O Baile", actuaram para Edison; Lutadores Profissionais.
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L'animatographe d'Edwin Rousby (18 juin 1896-15 juillet 1896)
Edwin Rousby quitte Madrid, où il a présenté son animatographe pendant un mois, pour Lisbonne où il a été engagé par Antonio de Santos Junior, au Real Coliseu, qui a alors une dizaine années d'existence.
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El animatógrafo |
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Antonio Manuel de Santos Júnior | El Correo militar, Madrid, lunes 15 de junio de 1896. | Lisbonne, Real Coliseu [D.R.] © Restos de Colecção |
La presse lisboète confirme d'ailleurs cet engagement :
TELEGRAMAS– REAL COLYSEU– Madrid, 12, a 1 h.– Consegui contractar para o Real Coliseu o Animatographo ou Inematgrapho [sic], a fotografia animada em figuras de tamanho natural, a mais estraordinária novidade que está fazendo furor em Paris, Londres e Madrid. Lisboa será a quarta cidade que poderá admirar a prodigiosa maravilha inventada por Edison e apresentada por Ronsby [sic]. Parto para Lisboa.– (Santos Junior).
Diário de notícias,Lisboa, sábado 13 de junio de 1896.
C'est finalement le 15 juin qu'Edwin Rousby arrive à Lisbonne, pour un engagement prévu pour cinq séances :
Chegou hoje de Madrid Mr. Rousby, que vem apresentar em cinco espectáculos no Real Coliseu, o Animatógrafo e Cinematógrafo, de Edison, que por meio de projecções com luz eléctrica, apresenta os mais perfeitos quadros da vida real, em figuras de tamanho natural e sem omissão do mais insignificante movimento e do menor detalhe. O Animatógrafo só está conhecido em Londres, Paris e Madrid, sendo Lisboa a quarta cidade que vai admirar o último prodígio do génio de Edison.
Correio da noite, Lisboa, 15 Junho 1896.
Cependant les premiers essais ne sont pas probants, car l'énergie électrique est insuffisante pour produire la lumière nécessaire à l'animatographe :
Não se poude ontem realisar... a experiência do Animatographo... por o motor que a companhia do gaz para ali mandou não ter força suficiente para mover o aparelho.
A Vanguarda, Lisboa, 18 de Junho de 1896.
Manuel Maria da Costa Veiga va donner quelques années plus tard des détails sur les raisons de ces difficultés. Finalement, c'est le 18 juin que les projections commencent:
Realizou-se ontem pelas 4 da tarde no Real Coliseu uma sessão especial dedicada à Imprensa... para apresentação do Animatographo, que os programas dizem ser uma nova invenção de Edison...
Num quadro branco, humedecido, colocado à boca de cena, projecta-se um foco vivíssimo de luz, onde por seu turno se vêm desenhar as figuras, que tomam tal relevo e mostram uma tamanha naturalidade de movimentos... que é um encanto ver alguns quadros.
[...] os que nos mereceram melhor agrado foram "Dança Guerreira", "Bailes Parisienses", e "A Ponte Nova em Paris".
O Século, Lisboa, 19 de junho de 1896.
Une fois les problèmes d'alimentation résolus, les séances se déroulent sans diffculté, même si la presse attire l'attention de la police sur le comportement d'un certain nombre de spectateurs trop bruyants et obscènes :
[...] aproveitamos a ocasião para recomendar à polícia que assiste aos espectáculos, uns certos e determinados sujeitos que, por terem comprado o seu lugar, julgam ter conquistado o direito de interromper o espectáculo e proferir toda a qualidade de obscenidades que os seus cérebros esquentados lhes sugerem... parece-nos que a autoridade devia intervir. Primeiro, uma simples admoestação, e no caso de reincidência, rua com eles.
Tarde, 19 de junho de 1896.
Mais l'on ne sait pas si ce désordre est provoqué par les vues animées ou par le reste du spectacle. Peu après, le 22 juin, on annonce la fin des spectacles :
Terminam hoje os 5 espectaculos para que foi contractado Mr. Rousby. A empresa emprega todos os esforços para que Mr. Rousby ainda dê mais alguns espectaculos, mas este não pode resolver sem a anuência da empresa de Barcelona, para onde jà estava contractado antes de vir para Lisboa.
Diario da noite, 22 de junho de 1896
Dasn un premier temps, Rousby parvient à prolonger de quelques jours ses représentations animatographiques :
O Animatographo
Com o consentimento do seu empresario de Barcelona Mr Rousby adiou a sua partida, realizando mais 3 espectáculos. O 1.º efectua-se hoje, apresentando quatres completamente novos.
Diario illustrado, Lisboa, 23 de junho de 1896, p. 1.
L'infant D. Afonso va s'intéresser aux projections animées de l'animatographe qu'il découvre alors (Diario da noite, Lisbonne, 25 juin 1896). Grâce à l'affichette publiée pour le programme du 26 juin 1896, nous savons que le spectacle, outre l'animatographe, comprend un numéro des duettistes Charles Bell et Marie Fay... qui ne sont en réalité que Charles Kalb et Mary Fay, un couple d'artistes qui vont intégrer, peu après, un appareil cinématographique à leur propre spectacle.
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Real Colyseu de Lisboa, Programme, 26 juin 1896 (Videira, 1990: 66) |
Real Colyseu, Programme, 6 juillet 1896 (Videira, 1990: 69) |
Real Colyseu, Programme, 8 juillet 1896 (Videira, 1990: 64) |
Malgré le contrat qu'il a signé à Barcelone avec le directeur du théâtre Eldorado, Edwin Rousby, sans doute sous la pression d'Antonio de Santos Júnior et dans la perspective d'obtenir de bons résulats au Portugal, accepte de payer l'amende pour pouvoir continuer ses spectacles dans le pays :
Mr. Rousby, tendo a empresa pago em Barcelona a multa de 300 pesetas para rescindir o contrato, dará ainda mais 5 espectáculos em Lisboa com o Animatographo, e 5 no Porto.
Hoje lá o temos, dando excepcionalmente 12 quadros, sendo um deles o "Comboio", que é um prodígio.
Tarde, 1º de Julho de 1896.
La nouveauté, dans les premiers jours du mois de juillet, ce sont les vues coloriées, dont on dit, sans doute de façon exagérée, qu'elles n'ont été projetées qu'une seule fois avant d'arriver à Lisbonne :
O animatographo com quadros coloridos
É Lisboa a segunda cidade que vai admirar esta prodigiosa maravilha, a mais recente descoberta dos nosso dias. Estreiam-se hoje no Real Colyseu os dois unicos cuadros coloridos em photographia com vida que existem no mundo e que sómenle foram apresenlados no animalographo do theatro Alhambra, de Londres. A empreza do Real Coliseu fez grandes sacrificios para obter esta importante novidade, que só depois de exhibida aqui é que vae ser apresentada em Paris. Os quadros são "A Dança Serpentine, pela celebre miss Fuller e uma loja de cabelleireira e engraixados em Washington." E' claro que esta maravilha vae fazer correr toda Lisboa ao Colyseu.
Diario illustrado, 6 de Julho de 1896, p. 2.
Souvent, les articles ne sont que des réclames dont la rédaction est due très probablement au responsable de la salle ou à Rousby lui-même. Si les films proviennent pour l'essentiel de chez Edison ou Paul, on trouve des vues animées dont l'origine est incertaine, mais qui figurent dans les catalogues Clément et Gilmer, Mendel ou De Bedts. C'est le cas de la série consacrée au Couronne du Tsar qui a eu lieu le 26 mai 1896. Dans la mesure où les vues Lumière ne sont en vente, on peut penser que les films sont ceux qui figurent dans le catalogue De Bedts.
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Real Colyseu de Lisboa, |
Real Colyseu de Lisboa, Programme, [juillet 1896] (Videira, 1990: 74) |
Real Colyseu de Lisboa, Programme, 13 juillet 1896 (Videira, 1990: 77) |
Real Colyseu de Lisboa Programme, O Século, 15 juillet 1896 |
Comme cela est fréquent alors, Edwin Rousby n'hésite pas à manipuler certaines vues animées. C'est le cas d'Um desembarque em Cascaes - présenté à Porto, quelques jours plus tard sous le titre Um desembarque na Foz- qui utilise un film du catalogue Paul, Scene with Persons Landing from Boat. Une pratique d'autant plus simple à mettre en place que les bords de mer se ressemblent... Finalement, à la veille de son départ, Rousby va offrir, le 15 juillet 1896, une réprensation où sont présentées une trentaine de vues, sans doute, la presque totalité des films dont il dispose alors. Le tourneur en profite pour modifier quelque peu certains titres comme dans le cas de Dança Fantástica de Mademoiselle Foi, où il y a sans doute une confusion entre "Loïe" et "Foi"... tout en sachant que Loïe Fuller n'as pas tourné de films à ce moment-là et que seules des imitatrices exécutées des danses diverses. La direction du Real Colyseu va faire passer un article qui laisse envisager un possible retour de Rousby :
REAL COLISEO
Ao publico
Sentimos profundamente não poder satisfazer os pedidos que nos têm sido feitos por innumeras pessoas, para ainda realisarmos mais algumas recitas com o Animatographo, apresentado por Mr. Rousby.
Estamos, porém, compromettidos com a Empreza do Theatro Principe Real, do Porto, para ali effectuarmos o primeiro espectaculo no proximo sabbado, 18, e com o tenor portuguez sr. Joaquim Tavares, para ámanhã, quinta feira, 16, se estreiar n'este Coliseo uma companhia lyrica.
Embora não tenhamos recibido adiantamento algum por conta de qualquer d'estes contratos, entendemoms ser um dever moral da nossa parte, manter a nossa palavra, pondo de parte quaesquer prejuizos ou cessação de lcuros, que nos possa causar, o deixarmos terminar os espectaculos do Animatographo, quando elles estavam no auge do successo e attrahindo successivas enchentes.
Se, porém mr Rousby, poder addiar a sua partida para o estrangeiro, além do praso que fixámos para a exploração no Porto, prolongaremos o seu contrato, para voltar a dar n'este Clyseu, uma nova serie de espectaculos com o seu maravilhoso e surprehendente Animatographo.
Real Colyseu de Lisboa, 15 de julho de 1896.
A empresa.
Diario illustrado, Lisbao, 16 de julho de 1896, p. 3.
Edwin Rousby quitte en effet Lisbonne pour Porto.
Répertoire (autres vues): Dança guerreira pela troupe cingalesa, Chineses Fumando Ópio, Bailes Parisienses no Carnaval, Uma oficina de Serralharia, A célebre chanteuse caracteristica Armand d'Ary, O Famoso atirador Buffalo Bill, Baile Egípcio, A Rua do Havre em Paris (Programme, Ferreira, 1986: 34), Cena do lance entre o militar conquistador e as duas raparigas galantes (Correio da noite, Lisbonne, 19 juin 1896), O suplício de Joana d'Arc, Miss Lucy Moray, Jogos Japoneses (Tarde, Lisbonne, 23 juin 1896), O Comboio, Marcha Triunfal da Opereta "A Bandeira Branca", As acrobatas americanas (Programme, Videira: 66), O Jardim dos Jogos Infantis no Bois de Boulogne de Paris (Diario da noite, Lisbonne, 28 juin 1896), Uma loja de cabeleireiro e Engraxador em Washington (Diario illustrado, Lisbonne, 6 juillet 1896, p. 2), O Carrousel do jardim das Tuileries de Paris, As amas de leite (Programme, Ferreira, 1990: 64), Partida un vapor de recreio, O exterior do mercado de Paris (O Século, Lisbonne, 9 juillet 1896), As festas da Coroação do Czar (A Tarde, Lisbonne, 10 juillet 1896), O Oceano Atlántico depois de uma tempestade, Um Desembarque en Cascais (Diario illustrado, Lisbonne, 10 juillet 1896, p. 1), Dança Fantástica de Mademoiselle Foi; Um duelo ao sabre, Os negros excêntricos, A Dança do Ventre, As Irmãs Leigh (O Século, Lisbonne, 15 juillet 1896).
Le cinématographe de José dos Santos Libório (Théâtre D. Amelia, 15/08/1896-01/09/1896)
C'est alors qu'Edwin Rousby est en tournée au Portugal que l'on annonce l'arrivée d'un nouvel appareil qui doit donner des séances dans le théâtre D. Amelia, inauguré en mai 1894. C'est l'acteur Guilherme da Silveira qui en est l'administrateur. Les propriétaires de l'appareil sont José Dos Santos Libório et Zea [Bermúdez]:
O Cinematographo [...] é propiedade do Sr. Libório, dono da casa de leilões da Avenida e do sr. Zea Bermudes, que o comprou em Londres. Por combinaçao recíproca com a sociedade de actores, que neste teatro tem ultimamente funcionado, o Cinematographo fazia parte principal dos espectáculos.
O Seculo, Lisboa, 1º de setembro de 1896.
Il est à nouveau question d'animatographo -terme qui devient vite générique au Portugal pour désigner un "cinématographe"- dont on garantit l'origine britannique, mais que l'on baptise aussi kinematographo. Le 11 août, on annonce enfin l'arrivée, à bord du Fez, du matériel au port de Lisbonne :
Theatro D. Amelia
Noticia de verdadeira sensação é a que hoje damos aos nossos leitores. Chegou ontem ao Tejo o vapor que conduz o material do grande Animatographo adquirido para os próximos espectáculos no teatro D. Amélia, que devem ser inaugurados na corrente semana.
Outra novidade na varando do elegante foyer foi installada a grande Orchestra automatica, na qual mais de 150 instrumentos executam de uma forma prodigiosa as mais difficeis e brilhantes peças de musica.
Que o publico se vá preparando para este esplendidos espectaculos.
Diario illustrado, Lisboa, 11 de agosto de 1896, p. 3.
La presse d'ailleurs semble ne pas être bien au fait du nom des appareils, puisqu'il est également question d'une "inovação de Edison" (Seculo, Lisbonne, 13 août 1896), du Cinematographo de Lumière (Seculo, Lisbonne, 13 août 1896), mais aussi d'un "Sinematographo" (O Popular, Lisbonne, 16 août 1896)... Finalement, l'inauguration a lieu le 15 août 1896 au soir et c'est l'acteur Francisco dos Santos qui fait office d'opérateur :
Theatro D. Amelia
O Cinematographo
Estreou-se hontem no D. Amelia, depois de ter feito as delicias dos frequentadores do theatro Alhambra de Londres. E foi auspiciosa a estreia, porque a vasta sala quasi se encheu e porque o publico applaudiu com enthusiasmo os diversos episodios que constiruiram as duas partes do espectaculo.
Sem duvida alguma o cinematographo de D. Amelia é mais completo do que o animatographo do Real Coliseo. Ha mais naturalidade de movimentos, mais precisão nas figuras. Se a luz ainda por vezes faz pirraça, é porque Edison, o grande americano, ainda não disse a ultima palavra sobre o seu maravilhoso invento.
Repetimos, o publico gostou, o que corresponde a affirmar que se succederão as enchentes no D. Amelia, animando assim a empreza a realisar un desejo que tem: mandar tirar photographias em Lisboa.
Diario illustrado, Lisboa, 16 de agosto de 1896, p. 3.
Pas question de programme dans cet article, mais en revanche, le début des hostilités entre cet appareil et celui d'Edwin Rousby qui va s'intensitifer lorsque ce dernier sera de retour à Lisbonne. Par ailleurs, une remarque qui donne également le ton, à savoir, le désir de voir un appareil cinématographique tourner des vues animées dans la capitale portugaise. Les programmes sont publiés, en particulier, dans la presse, et permettent d'avoir une idée du répertoire de vues proposées.
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Théâtre D. Amélia, Programme, août 1896 (Videira, 1990:102) |
O Seculo, Lisbonne, 18 août 1896 |
Compte tenu de la diversité des origines des " photographies vivantes ", il est très probable que les organisateurs et le propriétaire de l'appareil cinématographique aient eu affaire à un revendeur car retrouve ainsi des vues Paul comme Maskelyne ou Méliès comme Couronnement de la Rosière. Par ailleurs, les séances laissent à désirer :
O resultado não foi [...] o que era de esperar, talvez mercê de não funcionar bem o respectivo aparelho iluminante. As vistas eram poucou demoradas e a luz trémula.
O Repórter, Lisboa, 16 de agosto de 1896.
À cela s'ajoute la qualité des copies qui, avec des appareils souvent imparfaits, se détériorent bien vite, comme le déplore un autre journal :
O que o director do Cinematographo deve é retirar as fotografias cujas películas já estejam em mau estado pelo muito serviço, pois que produzem confusão na vista e por vezes tiram a clareza ao quadro. Na plateia e galeria houve excessos de aprovação e desaprovação. Partidos, coisa que é frequente nos teatros.
O Seculo, Lisboa, 16 de agosto de 1896.
Tout se déroulerait sans trop de heurs, si les propriétaires du théâtre D. Amelia et le responsable du cinématographe n'avaient décidé de multiplier les encarts publicitaires et souvent mensongers en prétendant qu'ils disposent d'un animatographe du britannique Paul. Lorsque Edwin Rousby est finalement de retour à Lisbonne, il va répondre de façon particulièrement incisive :
O ANIMATOGRAPHO– […] Ao Público […] Tendo a empresa dum dos teatros de Lisboa [Teatro Amélia] feito publicar diferentes reclames e anúncios dizendo haver contractado o Animatographo do teatro Alhambra, de Londres, acrescentando que esse Animatographo era o verdadeiro, pois que o meu era apenas uma imitação e un Animatographo falsificado, vejo-me colocado na absoluta necessidade de –em legítima defensa– castigar semelhante calúnia, e desmascarar a burla feita ao público de Lisboa […]
É absolutamente falso que o Animatographo que está funcionando num dos teatros de Lisboa seja o do teatro Alhambra […] que ainda continua funcionandoi no mesmo teatro.
O Animatographo, que tive a honra de apresentar ao ilustrado público de Lisboa, é absolutamente igual e do mesmo fabricante do que funciona no Alhambra.
Nao é uma imitação mas um verdadeiro Animatographo.
E para que as minhas declarações claras e precisas nao possam ser postas em dúvida, ofereço desde já a quantia de 500 000 réis a quem provar o contrário.
Na próxima semana terei a honra de apresantar novamente no Real Coliseu, o meu verdadeiro Animatographo… e além disso farei conhecer em Lisboa os aperfeiçoamentos feitos por Mr. Paul ao invento do genial electricista Edison, que há pouco uma outra empresa teatral anunciou, e cuja exibição não passou de anúncios e reclames.
Eu só anuncio o que hei-de cumprir.
EDWIN ROUSBY
Electricista de Budapesth.
O Correio da manhã, Lisboa, domingo 23 de agosto de 1896.
Theatro D. Amelia
(reproducido, sin fuente, en Restos de Colecção)
La situation ne va pas s'apaiser jusqu'au départ annoncé du cinématographe du théâtre D. Amelia :
O Cinematographo do theatro D. Amelia
Ultimo espectaculo
A sociedade de actores portugueses a quem a empresa propietaria tinha cedido a sua sala para os espectaculos de verão, termina amanhã as suas récitas, e n'este espectaculo de despedida dá-nos pela ultima vez o celebre e verdadeiro cinematographo, que a mesma sociedade mandou vir de Londres e que era o que então estava no Alhambra. N'este espectaculo extraordinario e de despedida exhibem-se 22 photographias e 3 d'ellas completamente novas chegadas de Paris.
A'manhã daremos noticia do reste do espectaculo, que é todo novo.
Diario illustrado, Lisboa, 31 de agosto de 1896, p. 2.
Mais la nuit même un début d'incendie se produit dans le théâtre D. Amelia :
Princípio de incêndio num teatro.
Manifestou-se ontem começo de incêndio no teatro D. Amélia [...] pouco depois das 6 da manhã [o cenógrafo, Eduardo Machado, e o porteiro da caixa, Manuel Marques] foram encontrar ardendo uns cestos pequenos de verga, que continham as fitas fotográficas do Cinematografo.
O Sr. Santos [o projeccionista) não recolhia as fitas fotográficas, que, depois de percorrerem a engrenagem do aparelho, se lançavam nos cestos de verga, que as recebiam.
Do mesmo modo coma ficavam em montão no fundo do cesto, assim as arrumavam a esmo no camarim.
O incêndio [...] alastrava em 5 dos 7 cestos […] havendo devorado num ápice as fotografias, obtidas por um processo em que entram a gelatina e o colódio, matérias extremamente combustíveis. Mas, cousa notavel, dos 5 cestos que estavam no chão, escapou 1 intacto com o seu conteúdo, e de 2, que se viam sobre uma mesa, ardeu a fotografia, que estava dentro de le, sem se chamuscar sequer o cesto. O outro ficou incólume.
Também foi devorada pelas chamas uma grande parte da cortina de ramagem. que cobre a frente da mesa de caracterização, que existe nesse camarim. O porteiro Marques [...] chamou pelo fiel Jacinto, que já vinha descendo a escada a esse tempo, e ambos lançando mão de baldes e bilhas cheias de água, abafaram prontamente as labaredas, queimando-se levemente nos braços e rosto.
Às 8 horas chegava ao teatro o Sr. Guilherme da Silveira [secretário da empresa], que mandou imediatamente chamar o Sr. Libório [proprietário do Cinematografo]. Logo que este Sr. Apareceu, foi dar parte à polícia, enquanto o Sr. Silveira procedia ao exame para ver se alguma das portas, que deitam para as varandas do lado do Largo do Picadeiro… ficara aberta, podendo por ali ter saído alguém. Este exame não deu resultado algum.
Deu-se ordem para que se fechassem todas as portas do palco […] até à chegada do inspector dos incêndios e do chefe Ferreira da polícia preventiva. Logo que estes vieram procedeu-se ao inquérito. e deu-se ordem para, pela repartição dos incêndios municipais, se analisar quaI a razão provavel, que havia dado a manifestação do incêndio. Os peritos nomeados foram o sub-inspector Sr. Conceição e o chefe Sr. José Ignácio.
A opinião dos dois peritos foi: que o incêndio fora casual, devido a ponta de cigarro ou espirro dos carvões empregados na eletricidade, que ficaram sobre a mesa do continuo e se comunicaram à cortina da mesa, e desta para os cestos, colocados ao pé dela.
As cinco séries de fotografias devoradas pelo fogo foram as que serviram anteontem na 2.ª parte do programa. Era as melhores: “Dança Serpentina”, “Trapeiro”. “Avenida de Westminster”, “Casamento Real” e “Afixar Cartazes”.
O Seculo, Lisboa, 1º de setembro 1896.
Los diferentes protagonistas de estas sesiones cinematográficas van a poner en marcha una gira por Andalucía.
Répertoire (autres vues): Devan no teatro Alhambra de Londres, E proibido afixar cartazes, Loïe Fuller (a serpentina), O Trapeiro (cena de garotice), O Desfilar do regimento, Coroação de Rosière (cena de costumes numa aldeia de França), Chegada de um expresso à estaçao de Joinville-le-Pont, Corrida cómica, O Queimar das folhas, Uma noite terrivel (A Vanguarda, Lisbonne, 16 août 1896), Sahida do corejo real da residencia do Príncipe de Galles, em Londres (Marlborough-House), Regando as flores, Corrida de cavallos em Londres, o grande premio Derby 1896, Miss Fuller (a Dança Serpentina), O Casamento real do príncipe de Dinamarca com a princeza Maud (Programme, Theatro D. Amelia, 18 août 1896), O Mar da costa da Normandia (Diario illustrado, Lisbonne, 20 août 1896, p. 3), A Avenida de Westminster (O Seculo, Lisbonne, 21 août 1896), A dança serpentina (quadro colorido), A passagem do regimento, O comboio, O mar na costa da Normandia (Diario illustrado, Lisbonne, 22 août 1896, p. 2), A Dançarina (A Tarde, Lisbonne, 26 août 1896).
L'animatographe d'Edwin Rousby (27 août 1896-06 janvier 1897)
Après une tournée au Portugal, Edwin Rousby revient à Lisbonne où il va présenter à nouveau l'animatographe pendant plus de quatre mois. Pour l'occasion, il a apporté des améliorations à son appareil, qu'il va appelé "Animatographo Colossal". Il semble surtout que ce sont les dimensions de l'écran (36 m2) qui constitue la nouveauté (O Dia, 26 de agosto de 1896). C'est le 27 août que l'animatographe entame sa seconde série de représentations :
O Animatographo apresentou ontem quadros já vistos, e mais 5 novos. A diferença, porém, está em que aumentaram muito na dimensão, e se encontra colocado o foco de luz eléctrica no fundo da sala do Coliseu, projectando-se d'aí sobre a tela, que ocupa toda a largura do proscénio. Ao lado deste, da parte de fora, puseram as antigas telas para mostrar a comparação do tamanho entre uma e outra... O quadro que representa a "dança serpentina" por Miss Fuller apareceu agora em transições de cores.
Hoje o espectáculo, em que se repetem os mesmos numeros, é em honra da alta sociedade lisbonense: assim o diz o cartaz.
O Século, Lisboa, 28 de agosto de 1896.
Dès le début de cette nouvelle série de projections, une polémique va s'installer entre Edwin Rousby et José dos Santos Libório. Ce dernier présente, au théâtre D. Amélia, depuis la mi-août un cinématographe, qui prétend être, lui aussi, un authentique "animatógrapho". La situation s'envenine à tel point que le responsable du Real Colyseu va faire passer dans la presse plusieurs mises au point :
À IMPRENSA E AO PÚBLICO - O nobre e ilustre fidalgo Visconde de S. Luiz, de Braga. e o não menos ilustre e afamado actor Guilherme da Silveira. inclitos empresários do teatro D. Amélia, coadjuvados pelo seu austero e respeitável secretario, insistem em fazer «reclamar» o "Animatographo" que exibem no seu teatro. como sendo o verdadeiro do teatro Alhambra. de Londres. apesar do protesto peremptório de Mr. Rousby, corroborado com a oferta de 500$000 réis a quem provasse o contrário do que ele afirma e sustenta. Simplesmente, para que a Imprensa e o público possam prestar completa homenagem ao cavalheirismo e lisura com que aqueles cavalheiros procedem nos seus "reclames", publicamos os seguintes documentos:Carta do Consulado Português em Londres a Santos Junior:
"Consulado GeraI de Portugal - Londres. 19 de Agosto de 1896.
Senhor Empresário do Real Coliseu, Lisboa.
Tive ontem à tarde a honra de receber o seu telegrama do teor seguinte:
"Lisboa. 18 de Agosto 1896
R.p. Consulado Português, Londres. Peço favor dizer se Animatographo que tem estado exibindo-se Teatro Alhambra, continua no mesmo teatro. - Real Coliseu - Santos.'
Ao que, de pois de me certificar na direcção do referido estabelecimento, e até falando com o próprio inventor, telegrafei a minha resposta nos seguintes termos:
"Londres, 19 Agosto 1896. Santos - Real Coliseu, Lisboa. Animatographo inventor Paul ainda está Alhambra. - Consulado Português.'
O que confirmo. Acabo de receber do Sr. Paul a carta e mais papeis que Ihe envio em separado. para seu melhor conhecimento.
De V... etc. (assinado) A. Bensabat, Vice-Consul. "
Real Coliseu de Lisboa. 29 de Agosto de 1896
A. M. dos Santos Junior.
O Século, 31 de agosto de 1896
Mais au-delà de ces joutes journalistiques, l'événement le plus important est sans doute doute l'annonce de l'arrivée prochaine d'un cinématographe permettant de prendre des vues animées :
UMA BOA NOTÍCIA-Por contracto entre Mr. Paul et Mr. Rousby [...] acha-se em Lisboa a máquina para a tiragem de fotografias intantâneas de cenas e pontos principais de Lisboa.
Amanhã vai Mr. Rousby ao Campo Pequeno, tirar uma fotografia da corrida de touros, que ali se realisa en benefício de Sancho.
Diario illustrado, Lisboa, 10 de setembro de 1896, p. 1.
C'est en réalité le collaborateur de Robert W. Paul, Henri William Short qui vient au Portugal pour tourner un certain nombre de vues animées comme l'indique la presse :
O animatographo
Mr. Rousby e o preparador de Mr. Paul do theatro Alhambra de Londres, foram hontem de manhã ao desembarque do peixe na Ribeira Nova, tirar uma photographia para o animatographo do Real Coliseo. Tambem em seguida tiraram outro quadro da sahida dos operarios do Arsenal de Marinha e vão hoje de manhã photographar a chegada ao caes de Sodré, do primero comboio de Cascaes e a praia d'Algés na occasião dos banhos.
Também no domingo se tiraram algumas photographias das cortezias e algumas sortes da corrida de touros em Cascaes e da decantada Bocca do Inferno.
Diario illustrado, Lisboa, 15 de setembro de 1896, p . 3.
L'événement est d'importance et la presse va suivre dans les jours suivants non seulement le tournage, mais par la suite les projections de ces vues animées au Real Colyseu. Dans certains cas, le tournage est en soi un événement auquel les journalistes sont conviés :
O animatographo
Fomos hontem convidados para assistirmos á tiragem da photographia, dos membros da imprensa da capital, que em breve será exposta no animatographo do Real Coliseo.
A photographia será tirada hoje, pelas 11 e meia horas, no talhão, oriental da Avenida, proximo á rua das Pretas.
Diario illustrado, Lisboa, 16 de setembro de 1896, p. 2.
L'arrivée des vues depuis Londres, là où elles ont été développées, est également suivie pas à pas par les journaux lisboètes :
Real Coliseo
[...]
Ainda na presente semana teremos no elegante Coliseo da rua da Palma, alguns dos quadros portuguezes que mr. Henry Short o socio de mr. Paul do theatro Alhambra de Londres, veiu tirar a Lisboa.
Os que serão primorosamente apresentados, sahiram ante-hotem de Londres.
Diario illustrado, Lisboa, 28 de setembro de 1896, p. 1.
Il n'aura pas fallu quinze jours pour que les films arrivent à la capitale portugaise pour une présentation exceptionnelle. La première vue présentée est Boca do inferno :
REAL COLYSEU
Novidade de sensação! Inauguração no Animatographo colossal da serie de quadros portuguezes. Estreia do quadro a Boca do Inferno. Estreia dos quadros O Can-Can Parisienze no Moulin Rouge e Dentista, tirados em Paris, com machinas francezas. A Dança serpentina 20 quatros gigantescos. O Frégoli portuguez. Todos os artistas da companhia.
Diario illustrado, Lisboa, 29 de setembro de 1896, p. 3.
Les vues vont alors être distillées par Edwin Rousby pendant plusieurs semaines. Le succès aidant, il est même prévu d'aller organiser une tournée en Espagne comme celle mise en place par Francisco dos Santos et Guilherme da Silveira. C'est Antonio dos Santos Junior, imprésario, qui l'envisage :
O Sr. Antonio dos Santos Junior, quando terminar no Coliseu a exposição dos quadros do Animatographo, vai fazer uma «tournée» pelas principais cidades de Espanha. a fim de apresentar as fotografias animadas do Sr. Rousby.
O Seculo, Lisboa, 29 de setembro de 1896.
En réalité, cette tournée ne semble pas avoir eu lieu. En revanche, la nouveauté - toute relative d'ailleurs puisque le spectacle est déjà connu - c'est la présentation du numéro qui a fait le succès de Rousby et de sa partenaire, à partrir du 31 octobre 1896 (Diario illustrado, Lisbonne, 31 octobre 1896, p. 3.) :
REAL COLYSEU
Recita extraordinaria e festiva para solemnisar a 100ª apresentação do prodigioso Animatographo.
Estreia dos quadros: A entrada do Tzar em Paris e o Caricaturista.
Todas as maravilhas portuguezas e estrangeiras do Animatographo.
A assombrosa novidade o Reino da Electricidade, apresentado por Madame Maud Rousby, concluindo como a maior novidade da epoca A Torre Eiffel.
Diario illustrado, Lisboa, 4 de novembro de 1896, p. 1.
Le succès que rencontre l'animatographe est évidemment exceptionnel et sans doute inattendu pour le tourneur lui-même qui va prolonger encore de plusieurs semaines ses projections animées. Il a d'ailleurs l'honneur de recevoir le roi D. Carlos en personne (Universal, Lisbonne, 6 novembre 1896). Vers la fin de son séjour à Lisbonne, Rousby va présenter des vues tournées à Porto et qui ont été prises par le pionnier portugais, Aurelio Da Paz dos Reis. La dernière a finalement lieu le 6 janvier 1897 (Diario illustrado, Lisbonne, 6 janvier 1897, p. 3), soit pratiquement six mois après son arrivée à Lisbonne. Le lendemain, l’imprésario Santos Junior part à Porto pour organiser de nouvelles séances :
O sr. Santos Junior partiu hontem á noite para o Porto, afim de dirigir os espectaculos que alli vai dar no theatro do Principe Real, com o animatographo e a troupe gymnastica e comica, que no Real Coliseo teve tão bom acolhimento.
Diario illustrado, Lisboa, 8 de janeiro de 1897, p. 1.
Quant à Rousby et à sa compagne, leur départ, par le train n'a lieu que quelques jours plus tard, le 14 janvier 1897 :
Partiu ontem no comboio da noite para Paris o Sr. Rousby e sua esposa. A bagagem foi ontem no vapor "Danube" para Southampton, devendo dali seguir para o teatro de Alhambra em Brigton [sic] (Londres).
Século, Lisbonne, 15 de janeiro de 1897.
Ce sont donc des dizaines de films qui ont été ainsi présentés au public lisboète dont les vues tournées par Henri William Short et, quelques-unes, de Aurelio Da Paz dos Reis. Mais le répertoire de Rousby est varié et si des vues sont identifiables, celles de Paul en particulier, d'autres dont d'origine incertaine.
Répertoire (nouvelles vues): O grande canal de Veneza, Uma queimada no campo, Recreios infantis (Diario illustrado, Lisbonne, 29 août 1896), O Prestidigitador, A Regata, O Atelier fotográfico (Diario illustrado, Lisbonne, 31 août 1896), Os bombeiros salvando as vítimas dum incêndio, Desembarque dum paquete do Brasil, Os Bébés, Uma rua de Londres (Diario illustrado, Lisbonne, 2 septembre 1896), Amor, surpreza e ciúme, A Partida do paquete (Diario illustrado, Lisbonne, 5 septembre 1896, p. 3), O Boulevard dos italianos em Paris (O Seculo, Lisbonne, 8 septembre 1896), Um regimento marchando, O Regresso a casa depois d'uma noite de orgia (Diario illustrado, Lisbonne, 9 septembre 1896, p. 3), A Dança serpentina completa (Diario illustrado, Lisbonne, A creada e o soldado (Diario illustrado, Lisbonne, 14 septembre 1896, p. 1), Bailes carnavalescos em Paris (Diario illustrado, Lisbonne, 16 de septembre de 1896, p. 1), Acrobatas americanas, A salvação de uma creança por Mr. Paul (Diario illustrado, Lisbonne, 25 septembre 1896, p. 1), O Can-can parisiense no Moulin Rouge, O Dentista (Século, 29 septembre 1896), A Praia d'Algés na occasião dos banhos (Diario illustrado, Lisbonne, 1 de otubro de 1896, p. 1), As irmãs Margarida e Amparo (Diario illustrado, Lisbonne, 2 octobre 1896, p. 1), O mercado de peixe na Ribeira Nova (Diario illustrado, Lisbonne, 6 octobre 1896, p. 3), Na avenida da Liberdade (Seculo, Lisbonne, 7 octobre 1896), A Porta do Sol em Madrid, Uma brincadeira aquática (Diario illustrado, Lisbonne, 8 octobre 1896, p. 3), A Praça do município, Saída da missa, numa egreja em Sevilha (Seculo, Lisbonne, 13 octobre 1896), O jogo do Pau (A República, Lisbonne, 14 octobre 1896), O Fado batido (Seculo, Lisbonne, 15 octobre 1896), Com a boca na botija, En frente do edificio do correio de Broadway em New York (Seculo, Lisbonne, 21 octobre 1896), A Partida do presidente da republica dos Estados Unidos de Orange para New York, Depois da tempestade, Corridas de damas velocipedistas, Chegada de um vapor de recreio (Diario illustrado, Lisboa, 28 de outubro de 1896, p. 3), Uma parisiense fim de século no seu toucador (Seculo, Lisbonne, 30 octobre 1896), Uma corrida de touros em Sevilha, O Lago dos pelicanos, Uma noite infernal, Continéncia desastrada, Corrida de clowns, A Serenata interrompida, O Trapeiro com azar, È proibido afixar cartazes (Século, Lisbonne, 17 novembre 1896), A Praça de D. Pedro (O Popular, 19 novembre 1896), A Noite de Nupcias, O Elephante do Jardim das Plantas de Paris, O regimento (Diario illustrado, Lisbonne, 1er décembre 1896, p. 1), Uma corrida de touros na praça do Campo Pequeno (Diario illustrado, Lisbonne, 9 décembre 1896, p. 3), Um regimento francês de cavalaria, Uma cargar de cavalaria (Comércio de Portugal, 17 décembre 1896), Uma feira de gado na Corujeira (Porto), O Freguez e o cocheiro (Diario illustrado, Lisbonne, 23 décembre 1896, p. 3), O banho de mademoiselle Willy, A ribeira, no Porto (Diario illustrado, Lisbonne, 28 décembre 1896, p. 2).,
Le projectoscope de Costa Veiga (Coliseu dos Recreios, 28 novembre 1896-[4] décembre 1896)
Manuel Maria Costa Veiga, qui a participé à la première projection organisée par Edwin Rousby, en juin 1896, va acquérir un projectoscope Edison afin d'organiser des séances en fin d'année au Coliseu dos recreios.
Coliseu dos recreios
(Sousa Bastos, 1908: 310)
À l'occasion d'une nouvelle réouverture de la salle, la presse annonce l'arrivée prochaine d'un appareil répondant au nom de "Cronomatographo":
O Coliseu da Rua de Santo Antão tem a caminho un Cronomatographo. É novidade que em breve aparecerá.
Diário ilustrado, Lisboa, 20 de novembro de 1896, p. 3.
C'est finalement le 28 novembre 1896 qu'a lieu l'inauguration, assez discrète, du Projectoscope:
Estreia-se hoje o Projectocópio autêntico de Edison, conhecido também por Animatographo. Tem quadros novos para Lisboa.
O Seculo, LIsboa, 28 de novembro de 1896.
Bien des années après, Manuel Maria Costa Veiga raconte ces séance :
-O Santos era assomadiço, mas nunca foi má pessoa. A minha desforra, porque eu estava ressentido, consistiu em escrever a casa Edison, que me pôs em contacto com o seu representante em Londres, para a acquisição de um aparelho projector, com o qual pensei em fazer exhibições no Coliseu dos Recreios, às Portas de Santo Antão. O empresário era Alexandre Mó, excelente rapaz, mas um pouco levantado, e o secretário era o Ernesto Desforges. Fizemos contrato. As enchentes durante oito foram completas. O Alexandre Mó, porém, não me pagou o que se comprometera a pagar. O operador era eu... Aborreci-me. Zanguei-me. Se êle me tem pago, poderiamos ter feito uma fortuna...
A. de. A. "Manuel Maria da Costa Veiga", Cinéfilo, nº 3, 30 Junho 1928, p. 4.
En réalité, il semble que Costa Veiga ne soit resté que moins d'une semaine et l'on ignore tout des films qui furent projetés.
1897
Le cinématographe (Coliseo dos Recreios, 4 janvier 1897-)
Coliseo dos Recreios
Um magnifico espectaculo em que trabalham os principaes artistas e em que se exhiben os quadros animatographicos.Diario illustrado, 4 de janeiro de 1897, p. 1)
Le cinématographe Lumière (Real Colyseu, <1er> avril 1897)
Le cinématographe Lumière offre des projections animées en avril au Real Colyseu:
PORTUGAL
De Lisbonne.-REAL COLYSEU DE LISBOA.-Travail aérien des deux frères Hernandez: la célèbre gymnasiarque Gertrlla: la belle éuilibriste Virgnia Montes, les Moderatos et le Cinématographe Lumière. Débuts annoncés de Mlle Rosalinda Ballestero et prochaine inauguration de l'Époque de cirque.
J. MOREIRA
L'Annonce artistique, Lyon, du 1er au 15 avril 1897, p. 3
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FERREIRA António J., A fotografia animada em Portugal 1894-1895-1896-1897, Cinemateca portuguesa, 1986, 172 p.
SOUSA BASTOS, Diccionario do Theatro Portuguez, Lisboa, Imprensa Libanio da Silva, 1908
VIDEIRA SANTOS A., Para a História do Cinema en Portugal, Lisboa, Cinemateca portuguesa, 1990, 362 p.