Manoel Maria da COSTA VEIGA

(< 1886-≥ 1928)

costa veiga  

Jean-Claude SEGUIN

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Manuel Maria da Costa Veiga. 

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Les origines (<1886-1895)

En 1889, Manoel Maria da Costa Veiga va reprendre l'entreprise Electricidade e Ocultista de J. I. Silva & Irmão :

ATTENÇÃO
Previne-se o publico, que de hoje em diante, a casa commercial de Electricidade e Oculista de J. I. Silva & Irmão no Rua de S. Paulo n.º 109, passa a funccionar sb a firma Manoel Maria da Costa Veiga & Comp.ª onde o publico e os seus amigos encontrarão os melhores apparelhos electricos e instrumentos de observação e precisão.
Lisboa 1 de junho de 1889.
Manoel Maria da Costa Veiga & Comp.ª.


Correio da Manhã, Lisbonne, samedi 1er de juin de 1889, p. 1.

Il fait paraître de nombreux articles publicitaires dans la presse :

Electricidade, photographia e oculista
Manuel Maria de Costa Veiga & C.ª
Rua de S. Paulo, 109, Lisboa
Chegou a este estabelecimento um variadissimo sortimento de apparelhos electricos e instrumentos de preciado construidos nas principaes officinas da Allemanha, Austria, Belgica, Estados Unidos e França.


Correio da Manhã, vendredi 3 janvier 1890, p. 3.

En mars 1890, Manoel Maria da Costa Veiga devient le seul responsable de l'entreprise :

Attenção
Manuel Maria da Costa Veiga & C.ª com estabelecimento de apparelhos electricos na rua de S. Paulo 109, previne o publico e os seus amigos que por escriptura de 3 de março de 1890 deixou de  ser socio do mesmo estabelecimento, o ex.mo sr. Antonio Eduardo de Aguiar, ficando a cargo do primeiro todo o activo e passivo do seu estabelecimento.
Lisboa 4 de março de 1890.
Manoel Maria da Costa Veiga.


Correio da Manhã, Lisbonne, mardi 11 mars 1890, p. 2.

Les vues animées (1896-1899)

Edwin Rousby, qui a fait fonctionner avec succès l'animatographe à Madrid, cherche à rentrer en contact avec Costa Veiga, mais Antonio de Santos Júnior, l'empresario du Real Coliseo de Lisbonne, théâtre où doivent avoir lieu les projections, a fait appel à la Companhia do Gás pour régler les questions d'alimentation de l'appareil. Manuel Maria da Costa Veiga se souvient des problèmes survenus lors des premières tentatives : 

Tinha eu relações com a casa Edison, quando Santos Junior, mais tarde o comendador António Santos, indo a Espanha, viu lá as primeiras projecções animatográficas e decidiu trazer a sensacional novidade para Lisboa. O sr. Rousby, que veio com a aparelho, procurou-me, porque trazia uma carta de apresentação e recomendação que me era endereçada. Nessa altura, Santos havia alugado à Companhia do Gaz un motor e um dinamo que fez instalar no Coliseu que dirigia, mas as experiências não deram resultado, e foi então que me procurou o homem. Fui ver e achei deficiente a instalação, reprovando-a. Quiz o exibidor que me avistasse com o empresário. Acedi. Santos havia partido uma perna. Expuz-lhe claramente o que pensava: "Renove v. ex.a a instalação: arranje um motor de dez cavalos; de contrário, não consegue dar espectáculos que atraiam público". Santos Junior abespinhou-se: "Então eu chamei um engenheiro para se ocupar deste assunto e o senhor vem dar-me sentenças?!" Quási me mandou pôr fora! Apesar disso, pelo sim, pelo não, alugou um locomovel ao Manuel de Alcolena, que era genro do Alpista, modificou as coisas no Real Coliseu -o da rua da Palma- foi a 18 de Junho de 1896. De tarde, sessão para a Imprensa; à noite, para o público. A geral custava um tostão. Representavam-se também comedias e revistas. Nésses dias do Animatógrafo, que fôram de 18 a 22 de Junho, a Merceder Blasco cantou cançonetas em francês e o Joaquim de Almeida disse monólogos. Das fitas da estreia lembro-me das danças guerreiras, dos bailes parisienses e da Ponte Nova em Paris.


A. de. A. "Manuel Maria da Costa Veiga", Cinéfilo, nº 3, 30 Junho 1928, p. 3-4.

Costa Veiga se permet de donner son avis, mais Antonio dos Santos va le remettre à sa place, même s'il semble avoir tenu compte de ces remarques. Il évoque également les souvenirs qu'il a gardés de ces premières séances où l'animatographe n'est pas tout puisque le spectacle comporte également d'autres numéros.  En réaction à l'attitude désobligeante de Santos Júnior, va prendre contact avec l'éditeur Edison :

O Santos era assomadiço, mas nunca foi má pessoa. A minha desforra, porque eu estava ressentido, consistiu em escrever a casa Edison, que me pôs em contacto com o seu representante em Londres, para a acquisição de um aparelho projector, com o qual pensei em fazer exhibições no Coliseu dos Recreios, às Portas de Santo Antão. O empresário era Alexandre Mó, excelente rapaz, mas um pouco levantado, e o secretário era o Ernesto Desforges. Fizemos contrato. As enchentes durante oito foram completas. O Alexandre Mó, porém, não me pagou o que se comprometera a pagar. O operador era eu... Aborreci-me. Zanguei-me. Se êle me tem pago, poderiamos ter feito uma fortuna...


A. de A., 1928: 4.

Des séances vont avoir lieu, effectivement, à partir du 28 novembre 1896 au Coliseu dos Recreios de Lisbonne, grâce à un Projectoscope Edison, mais comme le raconte Costa Veiga, l'affaire tourne vite court. Il va de nouveau essayer de se rapprocher du monde naissant du cinématographe avec une nouvelle tentative de collaboration

sousa bastos

Sousa Bastos procurou-me para apresentar o projecto da inclusão do animatógrafo na sua revista Em pratos limpos. Fizemos contrato, Gouveia e Silva, o cambista, era então um dos empresários do teatro da Trinidade. Mas também este negócio, por motivos alheios à minha vontade, não foi por diante.

António de Sousa Bastos (15/05/1844-02/07/1911) A. de A., 1928:4.

Même si l'inclusion d'un cinématographe dans un spectacle est assez fréquente dès les origines du cinématographe, il faut reconnaître que ce projet est plutôt précoce puisque la revue Em pratos limpos est créée en 1896, mais pour des raisons que nous ignorons, il n'a pas abouti. Il semble que l'un des tableaux prévus pour cette revue a eu pour titre "O caricatógrapho". Ce sont d'ailleurs de nouveaux échecs qui attendent Costa Veiga lorsqu'il cherche à ouvrir des salles de cinéma :

-O seu primeiro animatógrafo?
-Foi na Avenida da Libertade, no prédio onde está agora instalada a empresa da Agua das Lombadas. Divergencias com un sócio, que a ocultas minhas poz a casa en seu nome, levaram-me a desistir.
Outros animatógrafos em Lisboa...
-O do Chiado, nos baixos dos grandes armazens, e ainda o reclamo a este importante estabelecimento, feito das varandadas, e que fazia juntar muitissima gente na rua, tivéram a minha intervenção e lá trabalhei como operador.


A. de A., 1928: 4.

C'est non loin de Lisbonne, à Cascais, qu'il installe finalement la première salle :

Mas fóra de Lisboa, em Cascais, com o auxílio do meu amigo Jaime Artur da Costa Pinto e do sr. Catalão, estabeleci, na Esplanada D. Luis Filipe, o primeiro animatógrafo, que depois passei para o parque do Visconde da Luz.


A. de A., 1928: 4.

En outre, il est à la tête de la société Manuel Maria da Costa Veiga & Ca (109, rue de S. Paulo, Lisbonne).

costa veiga 02
Manuel Maria da Costa Veiga & C.a
Videira Santos, 1991:59

C'est en 1899 ou au début de 1900 qu'il fonde, semble-t-il, la société Portugal Film (ou Portugal Filmes) dont le siège est à Algès. Il s'initie à la prise de vue et tourne son premier film, Aspectos da Praia de Cascais, en 1899. Par la suite, il réalise plusieurs documentaires ou actualités, en particulier, sur des visites de personnalités étrangères.

Et après... (1900->1928)

Il collabore ensuite avec la Companhia Cinematográfica de Portugal (fondée en [1912]) en particulier dans Inauguração do monumento ao duque de Saldanha (1909), puis pour la société Lusitânia Film, créée en 1918, où il intervient dans plusieurs productions comme opérateur : Confusão de narizes, O Malmequer (Leitão de Barros, 1918), Mal de Espanha (1918), O homem dos olhos tortos (1918).

Source

A. de. A., "Manuel Maria da Costa Veiga", Cinéfilo, nº 3, 30 juin 1928, p. 3-4. 

BASTOS NUNES João, "Costa Veiga, o iniciador do cinema lusitano", Jornal dos Cinemas, nº 3, 1er février 1923, p. 31.

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1899

Aspectos da Praia de Cascais

1901

Chegada dos Açores da família real

[1901-1905]

Uma parada dos alunos da Casa-Pia de Lisboa

1903

Visita oficial de Eduardo VII

Visita oficial de Afonso XIII

1905

Visita oficial dos duques de Connaught

Visita oficial de Guilherme II (Messter)

1907

Visita oficial du rei de Saxe

Exercício de Artilharia no Hipódromo de Belém

Autres titres

Uma Tourada à antiga Portuguesa

A operação dum leão

Uma parada de bombeiros

Uma viagem de Cascaes à Parede

Festas da República

O rei D. Carlos I, Ribeiro, o conde de Saburgosa

D. Luis Filipe e o coronel Antonio Costa

O pavilhao armado no Terreiro do Paço

D. Carlos e um rêgio hospede estrangeiro

O desfile de um cortejo real

Uma recepção no Terreiro do Paço

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